terça-feira, 25 de maio de 2010

Viva a vida!


"Olha, gosta, compra, perde, vende, troca." (Perca Peso - Móveis Coloniais de Acaju)

Verbos, verbos e verbos. É dessa forma que vivemos todos os dias, é dessa forma que passamos por situações constrangedoras, por momentos de felicidade, ou de imaturidade. Nós acordamos a cada dia já sabendo o que vamos fazer a semana inteira, ou tendo pelo menos uma idéia. Eu mesmo pareço ter uma agenda mental dentro de mim, e quando ela se altera tudo parece se complicar. Mas só parece. É engraçado quando te perguntam: o que vai fazer hoje? Você tem sempre essa obrigação com alguma coisa, tem sempre algo te prendendo a determinada ação. Até se sua resposta for: "Vou dormir o dia inteiro" ou ainda "Vou ficar deitado olhando pro teto". E se você vira e fala: "Vou fazer nada", também acaba se prendendo ao verbo. Você vai fazer nada, simples assim. E depois de notar que nós nunca estamos livres, nem no momento em que pensamos que estamos, por que tantas cobranças, tantas obrigações? Se nós mesmos nos cobramos a cada minuto, não devíamos ter ninguém superior a nós dizendo o que devemos e o que não devemos fazer.
Eu sei, talvez esse mundo louco de fazer qualquer coisa a qualquer hora seja impossível de existir, mas com certeza seria mais emocionante. Seria tudo uma grande surpresa. Cada fato, cada momento. Ligue pra alguém nesse exato momento e fale: "vamos dar uma volta na praia?" A primeira resposta será uma pergunta: "Agora?". Daí, você volta a perguntar: "É, por que? Tá fazendo alguma coisa?". E depois de tanta enrolação, você vai acabar indo sozinho ou ficando em casa. Se isso não acontecer, e essa mesma pessoa aceitar seu convite, você tem duas explicações: Ou ela vai te ligar quando você estiver chegando com uma desculpa esfarrapada dizendo porque não apareceu. Ou ela é realmente sua amiga, e eu sugiro que você não a magoe nunca. Claro, seria loucura demais alguém largar o serviço para dar uma volta na praia. Mas já pensou na emoção que isso teria? Seria mágico, seria uma forma de alívio, uma forma de se desprender desse mundo que nos deixou tão algemados a ele. Confesso que eu teria grandes problemas com isso. Listas e agendas já fazem parte de mim. Mas mesmo com essa minha necessidade de controlar cada passo da semana, acho que os dias seriam mais felizes e empolgantes.
Foi essa a sensação que eu tive no Domingo. Tínhamos um compromisso marcado, óbvio, mas nada do que íamos fazer lá era certeza. Nada precisava ser feito (além da comida). Era como se cada minuto dependesse de cada momento que passamos juntos.
Se é pra viver de verbos vamos amar, festejar, pular e abraçar. Deixe de lado todos os verbos que te fazem mal, te deixam cansado ou pra baixo. Sei que muitas vezes isso é quase impossível, mas sempre há uma forma de sair da rotina e não deixe que ninguém faça isso no seu lugar.
Viva a vida!